Olá amigos!
Mais uma exposição este ano, e neste post vou fazer algo diferente. Abaixo você irá encontrar o Release da mostra “Que Dizer de Nós”, mostra coletiva que participei como finalização do curso na Casa Tato 9. Depois dele, vocês poderão ver imagens da abertura, e da montagem da minha série “Desconversando o Eu”. Algumas delas ainda estão disponíveis para compra.
Para finalizar, trago ao fim, um texto sobre a minha experiência com a curadora e professora Kátia Salvany. Espero que gostem da leitura e deste novo formato, onde deixo um registro mais completo da exposição.
Release
Na série “Desconversando o Eu”, artista cria imagens afro-surrealistas para retratar a violência, sonhos, medos, solidão e a busca pela ancestralidade.
Obras “Volte e busque o que deixou” e “Enigma entre Nós e Tu” – Diogo Nógue
Diogo Nógue, artista, professor e poeta periférico, exprime seu mergulho interno como homem negro periférico em uma nova série de artes exibidas na exposição “Que Dizer de Nós”, disponível na Galeria Tato, na Barra Funda (SP), até dia 30 de março.
Em 5 obras, o artista utiliza canetas e nanquim sobre papel para criar uma série de cenários afro-surrealistas com simbologias de culturas africanas e referências a obras de outros artistas negros. As artes são marcadas por uma estética que sugere o resgate ao passado, o fluxo do inconsciente, dos sonhos e o diálogo ancestral e coletivo.
“As imagens desta série são um embate do sujeito com o que lhe é imposto, em uma sociedade que o vê como inimigo. Elas exploram a relação entre o mágico, o ancestral e o mistério que nos habita”, conta.
A temática das obras é uma ampliação do que foi exposto em 2023 na mostra “Mãos: 35 Anos da Mão Afro-brasileira”, exibida no Museu Afro Brasil Emanoel Araújo e no Museu de Arte Moderna de São Paulo, o qual Diogo Nógue foi um dos expositores ao lado de 45 artistas, à convite do curador Claudinei Roberto da Silva.
“Que Dizer de Nós?”
A exposição “Que Dizer de Nós?” traz diversos artistas para a Galeria Tato na Barra Funda pela curadoria de Katia Salvany e de Sylvia Werneck, e assistência de João Pedro Pedro. Os artistas são: Adriana Nataloni (Argentina), Alessandra Mastrogiovanni (SP), Alexandre Vianna (SP), Anna Guerra (PE), Anna Vasquez (BA), Bet Katona (RJ), Bianca Lionheart (SP), Danilo Villin (SP), Desirée Hirtenkauf (RS), Diogo Nógue (SP), Edu Devens (RS), Flávia Matalon (SP), Gela Borges (MG), Giovanna Vilela (SP), Glenn Collard (SP), Isaac Sztutman (SP), Isabel Marroni (RS), Jamile Sayão (SP), Janice Ito (SP), Jaqueline Pauletti (SC), Júnia Azevedo (RJ), Laura Martínez (México), Luciano Panachão (SP), Marcelus Freschet (SP), Marina Marini Mariotto Belotto (PR), Neto Maia (BA), Rogo (TO) e Tomaz Favilla (SP).
Serviço
Exposição: “Que Dizer de Nós?”
Galeria Tato (R. Barra Funda 893 – Barra Funda)
Quanto: Grátis
Funcionamento da galeria: de quarta a sábado, das 13h às 18h
Exposição até dia 30 de março
Fotos da Abertura
Fotos de Paulo Pereira
Reflexões sobre a mostra
A Série “Desconversando o Eu” apresentada na mostra era composta com cinco desenhos que dialogavam com os quatro desenhos que fizeram parte da mostra “Mãos: 35 Anos da mão afro-brasileira”, porém nessas imagens busquei fazer referências ao artista Sidney Amaral e Octávio Araújo, mas também apontar para um novo caminho em minha busca por produções de imagens que não sejam ancoradas apenas nas questões raciais e coloniais do território brasileiro. Além de buscar um posicionamento acrocêntrico, resgatando as potencialidades das culturas africanas e seus resquícios na diáspora.
Reencontro com a curadora
Foi muito bom reencontrar Kátia Salvany minha professora preferida da faculdade. Foi durante as aulas de desenho dela que expandi minha pesquisa e que no final me deram referências para meu TCC e artistas que me tocam até hoje. Em 2007 ela trazia artistas potentes negros – como Kara Walker, Trenton Doyle Hancock, Rosana Paulino e mulheres como Ana Mendieta, Kiki Smith, Eva Hesse, além de outras pesquisas que fugiam da visão branca eurocêntrica. Fazia os alunos comprarem e lerem o livro de uma autora negra @terezinhamalaquias, e entender a perspectiva de uma mulher que trabalha como modelo vivo, antes das aulas. E atua sempre com sinceridade e abertura para troca. Obrigado ao @tatodilascio por proporcionar esse e outros encontros. E muito obrigado Katia pelos ensinamentos e conselhos, e até os próximos reencontros.